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COLONIALIDADE E DISCRIMINAÇÃO: uma comparação entre imigrantes latino-americanos e imigrantes do norte global no mercado de trabalho brasileiro
Última alteração: 2023-11-29
Resumo
O presente artigo relaciona as formas históricas assumidas pelo processo de colonização da América Latina, com seus consequentes reflexos atuais nos rendimentos de trabalhadores imigrantes latino-americanos em face dos trabalhadores imigrantes do Norte Global, no contexto do mercado de trabalho brasileiro. Nesse sentido, definiu-se a colonização europeia como um processo histórico violento, dominante e opressor em relação aos povos nativos, operando via uma estrutura hierárquica-racial dos sujeitos, que os valorou através da raça e do local de origem. Apontou-se que tais características opressoras coloniais seguem sendo reproduzidas e perpetuadas como heranças do colonialismo nos vários âmbitos da existência, processo conhecido por colonialidade. Indicou-se a existência de uma divisão global dos mercados internacionais que, regidos pelo capitalismo, privilegiam imigrantes do Norte Global, em detrimento dos trabalhadores imigrantes latino-americanos. A partir daí, investigou-se os possíveis efeitos da colonialidade nos rendimentos dos imigrantes. Analisou-se e se interpretou dados estatísticos sobre a matéria, por meio de gráficos extraídos do Relatório Anual de 2022 do Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra). Por fim, concluiu-se que a colonialidade tem influência nas rendas dos imigrantes, dado que imigrantes do Norte Global auferem maiores rendas que imigrantes latinos no Brasil.
Palavras-chave
Desigualdade salarial; Discriminação racial; Colonialidade.
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