O litoral sul brasileiro é procurado pelos pinípedes, pelo encontro entre as Correntes das Malvinas e do Brasil (Convergência Subtropical do Atlântico) que proporciona abundância de nutrientes e alimento. Estes animais vêm para seu período de descanso, até chegar a próxima temporada de reprodução, na qual voltam para suas colônias reprodutivas no Uruguai e Argentina. Deste modo, é possível analisar a ocorrência de avistamentos e encalhes de pinípedes no litoral de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, entre os anos de 2016 e 2019, buscando quantificar e qualificar os fatores antropogênicos e naturais associados. Para análise precisa, os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação de Monitoramento da Biota Aquática (SIMBA), abrangendo os litorais de São Paulo, Paraná e Santa Catarina (entre Ubatuba/SP e Barra da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos Laguna/SC) e retirado informações como: monitoramento (data e estado), identificação do animal (espécie e sexo), avaliação do animal (condição corpórea e estágio de desenvolvimento), e finalização (condição final e destino). As espécies encontradas entre os anos estudados foram: Arctocephalus australis, Arctocephalus gazella, Arctocephalus tropicalis, Lobodon carcinophaga, Mirounga leonina e Otaria flavescens. A mais presente foi Arctocephalus australis com 441 indivíduos avistados do total de 581, principalmente no estado de Santa Catarina, por ser a região estudada mais próxima das suas colônias. Este estado obteve também uma porcentagem maior de indivíduos mortos encontrados em relação aos outros estados. Sua busca por alimento muitas vezes é impedida por embarcações pesqueiras, que acabam interagindo com estes para obter alimento, por fim chegando as praias cansados e muitas vezes debilitados. Portanto, a análise de suas condições corpóreas nos estados de Santa Catarina e Paraná não obtiveram diferença percentual de condições boas e ruins, já o estado de São Paulo obteve mais indivíduos com condições corpóreas boas. Este percentual sendo de animais mortos ou vivos. De acordo com os dados analisados, a maioria dos pinípedes que chegam ao litoral de Santa Catarina, Paraná e São Paulo são juvenis, principalmente machos, que terminaram o período de desmame, e vão à procura de alimento. Por serem jovens e não apresentarem habilidades natatórias, acabam muitas vezes encalhando e passam a descansar nas praias, até se recuperarem e voltarem ao mar para caçar.