Última alteração: 2020-12-22
Resumo
Os estudos concernentes aos regimes totalitários estão em destaque no campo da Ciência política, especialmente pela atualidade do tema bem como pelas potencialidades extremamente nefastas de uma mentalidade que contenha vestígios e similaridades com a concepção nazifascista de governo e Estado. Além dos autores contemporâneos clássicos, que abordaram de forma analítica as nuances do totalitarismo, tais como Hannah Arendt, Eric Voegelin e Ernst Cassirer, as reflexões estabelecidas por Alexis de Tocqueville (1805-1859) e G.K Chesterton (1874-1936) acerca da filosofia política demonstram-se extremamente necessárias para o estabelecimento de uma visão holística sobre o fenômeno responsável pela crise do regime democrático e, por conseguinte, da ascensão de despotismos funestos e supressores dos direitos e garantias fundamentais. Não obstante as obras dos autores supramencionados não se referirem diretamente aos regimes nazifascistas, até porque seus escritos estão inseridos no contexto do século XIX e início do século XX, as reflexões e pensamentos por eles estabelecidos transmitem lições atemporais concernentes aos perigos que afrontam a democracia, a liberdade e a própria dignidade da pessoa humana. Sendo assim, Tocqueville e Chesterton são autores preciosos para quem deseja adquirir um conhecimento mais profundo e complexo sobre os despotismos e ameaças que possibilitam o fomento de uma mentalidade totalitária, cujo objetivo, em última instância, é a própria “abolição do homem”, compreendida enquanto a destruição da noção de individualidade.