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A PSICOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL: a atuação no sistema público de saúde.
Última alteração: 2019-12-13
Resumo
A Psicologia Clínica, campo mais abordado na graduação, preocupa-se com questões intrapsíquicas, individuais e subjetivas. Essa atuação não dá conta das múltiplas realidades que se manifestam nos serviços públicos de saúde, os quais atendem a população majoritária do país. O presente estudo analisou como as psicólogas percebem a psicologia nos serviços públicos de saúde. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujos dados foram submetidos à interpretação a partir da Análise de Conteúdo. Foram realizadas entrevistas individuais com profissionais de psicologia que atuam ou já atuaram no SUS. Os temas foram previamente definidos em um roteiro semiestruturado. O áudio foi gravado e transcrito. As informações foram organizadas em categorias temáticas e depois analisadas. As profissionais relatam que há uma falha na formação do psicólogo durante a graduação, que pouco aborda as políticas públicas. Assim, depois de formados, muitos profissionais não estão preparados para atuar na saúde pública. Para as psicólogas, a prática deve ser sempre repensada e construída com cada usuário, baseada em um compromisso ético-político que possibilite admitir os contextos sociais marcados por desigualdades nos quais vivem a população atendida. Apesar do SUS ser o maior empregador das profissionais de Psicologia, a graduação pouco abrange assuntos relativos às políticas públicas e ao Sistema Único de Saúde. Assim, as psicólogas reproduzem o modelo clínico nos contextos da saúde pública. Ignora-se a realidade cotidiana objetiva que gera atravessamentos na vida da população atendida, causando sofrimento e adoecimento. É necessário refletir sobre suas práticas psicológicas para não individualizar questões sociais e reproduzir opressões.
Palavras-chave
Psicologia social; transformação social; compromisso ético-político.
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