O artigo objetiva identificar a relação escola-família como elemento integrante do processo de construção de valores no campo ético e moral e os processos envolvidos no desenvolvimento da autonomia moral do estudante. Como eixo teórico, recorremos a contribuições teóricas de Piaget (1996), Kohlberg (1984), Araújo (1996), Vásquez (1987), La Taille (2006), Menin (1996), Chauí (2004) e Grinspun (2014). A primeira seção do texto elucida a relevância, objetivos e o problema da pesquisa. A segunda seção contempla o referencial teórico a partir de algumas considerações sobre ética e moral, autonomia e heteronomia moral, a construção da moralidade infantil na perspectiva piagetiana, a cooperação e o desenvolvimento infantil e os níveis de desenvolvimento moral, além do papel da relação escola e família. A terceira seção indica os procedimentos metodológicos adotados a partir dos referenciais teóricos de Gil (2002), André (1999) e Malheiros (2011). A pesquisa tem abordagem qualitativa e exploratória, dentro de um estudo de caso Gil (2002), André (1999) e Malheiros (2011). Os dados foram obtidos junto a 83 participantes envolvendo estudantes dos 6º ao 9º ano, alguns pais e professores dessas turmas numa escola da rede privada da cidade de S. Paulo, SP. Os dados foram coletados a partir de um questionário on-line Google forms e numa segunda etapa numa entrevista a partir de grupo focais. A quarta seção traz os resultados e análises de dados que indicam a necessidade de uma abordagem integrada e colaborativa entre escola e família no desenvolvimento ético-moral dos estudantes em um ambiente que valorize a cooperação, o diálogo e a construção conjunta de valores, fundamentais para a formação de cidadãos conscientes e responsáveis. Destaca-se ainda a importância da escola focalizar discussões e problemáticas ético-morais, vinculando em seu projeto político pedagógico valores de cidadania e direitos humanos em estreita parceria com a família e com a sociedade.